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SOM SOL nomeia um conjunto de experimentos com dança clássica indiana cujo intuito é dar a ver a beleza de sua estrutura, especialmente na dimensão musical.

I, raga

uma criação para luz, canto, sinos e dança indiana.

 

sinos nos tornozelos

ritmo na boca

marcação na pele

 

som e movimento cortam o espaço

afiados

 

olhos escuros

ouvidos abertos

som-sol, raga apresenta a coreografia clássica saveri jathiswaram, em que a dança se relaciona diretamente os aspectos harmônicos e melódicos da música. A dança começa em silêncio no escuro. O público ouve a percussão dos pés no chão, o som dos sinos nos tornozelos, e pequenos trechos cantados pela dançarina. Ao longo de toda a dança uma contra luz vai se abrindo muito lentamente de modo que ao final o público pode ver também a silhueta do corpo que dança e sua estrutura escultural, e já sintonizado com a musicalidade nascida do silêncio, adentrar com mais precisão o misterioso encontro entre corpo e som.

 

II, tala 

uma coreografia em três ritmos

Apresenta a coreografia allarippu, a dança do florescimento que tradicionalmente abre as apresentações de dança clássica indiana aquecendo a precisão rítmica do movimento nas micro articulações, abrindo o corpo da dançarina.

Essa é a primeira dança ritmicamente desafiadora que um estudante de bharatanatyam aprende, para compreender e dar a ver a tala, estrutura rítmica da música. Para o aprofundamento nessa compreensão, faz parte do estudo aprender essa mesma coreografia em diferentes compassos, com pequenas variações na movimentação.

Nesse experimento são dançadas 3 variações do allarippu: tishra, kanda e mishra - em três, em cinco, em sete. Antes de cada uma delas há um pequeno aquecimento sonoro para que o público possa de fato acompanhar a persistência desses números que correm subterrâneos às variações da percussão, e então adentrar a estrutura e desfrutar junto com a dançarina do êxtase chamado prazer do ritmo.

 

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